Francisco Neto: "Queremos jogar com as melhores"

Futebol Fem. - Seleção A

Selecionador Nacional valoriza cada oportunidade de enfrentar as seleções mais fortes do mundo

Após o anúncio da convocatória para os duelos com os Países Baixos e o Brasil, Francisco Neto respondeu a várias questões dos jornalistas presentes na Cidade do Futebol. Além de explicar as estreias de Inês Meninas e Raquel Ferreira, o Selecionador Nacional sublinhou a importância de proporcionar às jogadoras estímulos competitivos contra as melhores equipas do mundo. Para o treinador, esses desafios são essenciais para que as Navegadoras sejam cada vez mais competitivas na qualificação e nas fases finais das principais competições.

Francisco Neto em discurso direto:

[Chamada de Inês Meninas, do Valadares Gaia] “A Inês chegou agora a este espaço, na última convocatória tivemos a Érica (Cancelinha), a Maísa (Correia) e a Carolina Santiago. É o sinal de que estamos atentos, de que a formação trabalha muito, muito bem. Elas estão cada vez mais preparadas. Para este estágio faz muito sentido trazer a Inês, tem-se afirmado muito no Valadares, tem feito uma época muito positiva. Tem espaço connosco e é um bom momento para a observarmos.”

[Chamada de Raquel Ferreira, do SCU Torreense] “É uma jogadora que traz sempre muita energia ao jogo, tanto começando ou quando entra. Fez percurso nas sub-23 ultimamente, tem essas características, diferentes das médias que temos. Não se esconde com bola, traz uma energia muito positiva dentro do campo. Que façam o que têm feito nos clubes, que venham para acrescentar e crescer.”

[Jogar contra as melhores equipas] “Essa é a nossa missão, não podemos passar outra palavra. Queremos jogar com as melhores, queremos estar entre as melhores. Queremos, nas camadas jovens, ir cada vez mais vezes às fases finais, assim como nas seniores. Para nós, só há uma ideia e só há um sentido: proporcionar às jogadoras essas experiências de jogar contra as melhores. Sentimos que somos capazes de ser competitivos nesses jogos, portanto quanto mais vezes podermos expor as nossas jogadoras a esse tipo de estímulos melhor vão estar preparadas, fazemos isso na formação quando podemos, e fazemos nas seniores (...). No calendário internacional não há espaço para muitos amigáveis. Todas as oportunidades para jogarmos contra as melhores… vamos fazê-lo. Sabemos que nos expomos a algo que pode ser danoso para nós, mas acreditamos que aquilo que retiramos no final desses jogos é muito mais produtivo e importante no que é o nosso trajeto, que é estar nas fases finais. Possivelmente, daqui a um ano vamos estar no play-off a jogar contra uma equipa acima de nós no ranking. Até lá, não vamos ter essa oportunidade de jogar contra equipas acima no ranking.”

[Escolhas difíceis?] “É o trabalho que temos vindo a fazer, dotar as nossas seleções do máximo jogadores possíveis. Fazemos nos grupos mais jovens, tentamos trazer e perceber quais são as mais aptas para isso. Nas seniores é exatamente a mesma situação. Trabalhamos muito para ter jogadoras aptas, temos de criar contexto, não é só mete-las, levá-las e as coisas vão acontecer, não, é preciso ter contexto, que é muitas vezes criado pelas mais experientes. Relembro que estreámos a Carolina Santiago no jogo contra os Estados Unidos e ela tinha ao lado a Diana Silva, que tem mais de 120 ou 130 internacionalizações, foi um apoio muito importante. Estreámos a Alice [Marques], que tinha a Carole Costa ao lado. Tentamos dar este tipo de experiências às jogadoras, estas pequenas coisas são importantes. Estamos felizes porque cada vez temos mais jogadoras aptas.”

[Perfil dos Países Baixos] “Trocaram agora de treinador, a ideia de jogo é diferente do que tinham, nitidamente com muita energia, algumas jogadoras novas a surgir. É uma equipa que, e isso é o ADN dos Países Baixos, gosta de dominar os jogos, gosta de ter bola, gosta de ter protagonismo dentro do jogo, com muita dinâmica no meio-campo, com um grupo de jogadores em grandes clubes e muito fortes.”

[Perfil do Brasil] “Possivelmente, à imagem da Espanha, é a equipa com mais sucesso no ano civil. Têm vencido todos os seus adversários, têm dominado, ainda agora venceram a Inglaterra e tiveram muito tempo a jogar com menos um. É uma ideia completamente diferente, está a abordar o jogo com uma marcação individual em campo inteiro, no jogo todo, algo que não é muito normal no contexto internacional. Será um desafio completamente distinto. Depois, tem um conjunto de jogadoras a jogar fora do Brasil, com muita experiência internacional, nas melhores ligas, na norte-americana, que é a mais competitiva do mundo. Têm sete ou oito jogadoras vindas de lá. Coletivamente, têm ideia de jogo completamente diferente do que estamos habituados na Europa, será muito interessante saber como nos vamos adaptar e que tipo de problemas vamos criar ao Brasil.”


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