Diretor Técnico Nacional de Arbitragem falou do projeto para a criação de uma entidade externa que possa gerir o setor
Duarte Gomes, Diretor Técnico Nacional de Arbitragem, e o ex-árbitro internacional Artur Soares Dias, foram os oradores no painel “Entidade Externa Para o Futebol Nacional”. O primeiro começou por referir que “esta ideia da criação de uma entidade externa tem alguns anos, com a arbitragem de topo a sentir que tinha de dar salto e tornar-se mais independente”.
No entanto, Duarte Gomes ressalvou que “existem vários desafios e uma questão muito difícil, pois a atual Lei de Bases do Sistema Desportivo não permite que qualquer arbitragem esteja fora das federações, sendo por isso necessário uma alteração legal”. Na sua opinião, “esse será o caminho para dar maior perceção de credibilidade à arbitragem e mais independência nos processos classificativos”.
Artur Soares Dias concorda que essa nova entidade pode ser entendida pelo público como essencial para aumentar a credibilidade da arbitragem, mas sustenta que “essa credibilidade e independência já existem neste Conselho de Arbitragem”. Para si, “trará, isso sim, uma visão mais empresarial, de criação de procedimentos”.
Duarte Gomes referiu que “a perceção de falta de independência e transparência continua a existir, bastando ver as notícias das últimas duas semanas, embora obviamente que essas notícias têm algo de estratégico”. E diz que “há muito essa perceção, basta ver a opinião do povo e essa entidade irá dar às pessoas maior sensação de transparência”.
Artur Soares Dias defende que “com a criação dessa nova organização, a segurança do colaborador vai levar a uma maior fiabilidade dentro de campo, pois deixará de pensar que por não marcar um penálti irá parar à distrital”.
Duarte Gomes aproveitou ainda para explicar que “a ideia da atual profissionalização total dos árbitros está erradamente vendida, pois não existem árbitros profissionais, ou seja, com oito horas de trabalho por dia e em função em exclusividade”.