LUCIANO GONÇALVES: “INFELIZMENTE TEMOS MUITA FALTA DE ÁRBITROS”

Portugal Football Summit

Presidente do Conselho de Arbitragem da FPF revelou as linhas mestras do Plano Nacional de Arbitragem, o Visão 2036

O Futuro da Arbitragem esteve em foco na abertura do Palco Sagres do Portugal Football Summit com Duarte Gomes, Diretor Técnico Nacional de Arbitragem, como moderador e Luciano Gonçalves a apresentar as traves mestras do Plano Nacional de Arbitragem. “Os problemas da Arbitragem acabam por ser muito transversais em toda a Europa e em Portugal infelizmente temos muita falta de árbitros”, começou por registar o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, assumindo que o périplo feito por Duarte Gomes, que tem percorrido todas as Associações já detetou onde está o problema para resolver. “Temos muito menos árbitros do que tínhamos há oito anos, uma participação feminina ainda longe do que é ideal, uma taxa de abandono muito grande e uma curta taxa de retenção”, sinalizou Luciano Gonçalves, focando também a necessidade absoluta de se combater a violência, não só a física, procurando mudar “a perceção errada” que muita gente tem da Arbitragem o que não ajuda a manter um jovem árbitro em atividade.

No guia orientador para os próximos anos que apresentou como Visão 2036, Luciano Gonçalves deixou bem claras as linhas orientadoras: “Focar na base e no profissionalismo. Alargar a base de recrutamento e teremos árbitros mais preparados para chegar ao sucesso. Aumentar a participação feminina. Detetar talentos o mais cedo possível para ficar claro o que é a sua progressão na carreira. Não faz sentido que um bom árbitro tenha de percorrer dez ou mais anos para chegar ao mais alto nível. Temos de criar condições para não haver árbitros a fazer sete ou oito jogos por fim-de-semana.”

Luciano Gonçalves registou ainda que está a ser definido “um programa de profissionalização de carreiras”, sendo que este Plano Nacional de Arbitragem está a ser concluído e estará pronto a ser apresentado daqui a sensivelmente um mês.

No mesmo Palco Sagres, Nathan Magill, Diretor de Desenvolvimento de Árbitros da The Football Association de Inglaterra (FA), revelou as linhas de orientação do programa que dirige e que visa essencialmente “tornar a arbitragem uma função cada vez atrativa para os jovens árbitros”. “Recrutar não é o desafio, mas sim mantê-los na atividade é que acaba por ser o grande objetivo a cumprir, porque isso é o mais difícil”, reconheceu.

Já Francisco Soto, Presidente do Comité Técnico de Árbitros da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), revelou que a retenção dos árbitros já deixou de ser um problema em Espanha. “Nos últimos anos temos percebido que cada vez há mais jovens que querem ser árbitros, em função das várias campanhas que estamos a fazer um pouco por várias escolas e institutos”, disse Francisco Soto, aludindo também aos “distintos protocolos quanto à violência” que foram instituídos, entre os quais o que permite ao árbitro que estiver a ser alvo de violência verbal a possibilidade de parar o jogo e exigir a saída do prevaricador e se isso não acontecer pode cancelar a partida.

 


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