Ana Ribeiro: “Levamos a responsabilidade social muito a sério”

Portugal Football Summit

Coordenadora da Liga 3 contou como a ação com os clubes faz a diferença, num painel com Susana Curto, da Liga Portugal, Jorge Miranda, da Fundação Benfica, e Matilde Fidalgo do Sindicato dos Jogadores

O futebol tem um papel único na sociedade. É capaz de inspirar, unir e transformar comunidades. No painel moderado por Matilde Fidalgo, Assessora de Futebol Feminino do Sindicato dos Jogadores, Susana Curto, Diretora da Executiva da Liga Portugal, Jorge Miranda, Diretor da Fundação Benfica, e Ana Ribeiro, Coordenadora da Liga 3 da FPF, partilharam projetos e experiências que demonstram a força do futebol e o seu impacto social.

Susana Curto foi a primeira a ter a palavra para explicar o que tem sido feito na Fundação do Futebol da Liga, que pretende aproveitar a força do futebol e a sua capacidade de ampliação de mensagens para atuar junto do individuo: “Desenvolvemos mais de 40 projetos, que atingiram milhares de pessoas, em coordenação com a sociedade desportiva. Temos feito trabalho no sentido de despertar interesse e ações imprescindíveis na ligação da sociedade desportivas com as comunidades, o que tem impacto na inclusão do desporto na vida ativa, na integração de crianças, e dos princípios e valores que daí advém. Foram realizadas mais de 950 ações de responsabilidade social durante uma época”. Depois, não deixou de fazer um apelo aos meios de comunicação social, referindo que era importante ser dado palco a estas atividades e iniciativas, para que houvesse cada vez mais envolvimento neste tipo de causas.

Já Jorge Miranda começou por realçar o poder do futebol dizendo que é um “grande parceiro social, com capacidade para galvanizar. Tem o pode fazer coisas fantásticas, é um medicamento poderoso. (…) Apareceu na luta de classes, na igualde de género, na afirmação de países, em tantas dimensões do social. Tem uma força transformadora”. E, na verdade, pode ir ainda mais longe, com iniciativas tão nobres como as variadas fundações que existem para apoiar nas mais diferentes áreas. “A exclusão social é não contar e quando se nasce num meio onde não se conta, acreditamos que estamos condenados, que não conseguimos vingar. Mas o futebol, ao longo de décadas, provou que isso é possível”, disse.

Não menos importante, tem sido o trabalho realizado à volta da Liga 3. A prova da FPF surgiu para dar resposta a uma necessidade desportiva mas definiu, desde início, que pretendia fazer diferença, criando eixos estratégicos para reforçar a ligação entre os clubes da terra e as comunidades. “Levamos a responsabilidade social muito a sério e passamos esta mensagem aos clubes. Temos reuniões para explicar a importância do seu envolvimento nesta área, envolvemos a fundação FPF, capacitamos os clubes a saber trabalhar, pedimos que definam planos estratégicos para a época, olhem para a comunidade e façam diagnósticos. Tem sido notória a evolução da capacidade dos clubes para desenvolver ações com um impacto extraordinário”, explicou Ana Ribeiro.

A Liga 3 preocupa-se em dar resposta a atividades socio educativas e até as equipas de arbitragem se envolvem nas iniciativas: “Os árbitros, se sabem que o clube está a fazer recolha de bens, levam também coisas para os jogos que vão arbitrar. Às vezes, pequenas coisas fazem a diferença, como no caso do Sporting Clube de São João de Ver, que recebeu o “Prémio Futebol para Todos” por ter feito uma camisola de jogo sensorial, para as pessoas invisuais saberem o que lá está”.


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