HELENA PIRES: “TEMOS MUITA AMBIÇÃO E VAMOS FAZER ACONTECER”

Portugal Football Summit

Secretária-Geral e CEO da FPF falou sobre os desafios para o futuro e deixou a mesma garantia do presidente Pedro Proença: “Viemos para ganhar!”

O One-on-One de Helena Pires no Palco Academia do Portugal Football Summit permitiu conhecer um pouco melhor o trabalho da Secretária-Geral e CEO da Federação Portuguesa de Futebol. O jornalista José Manuel Delgado foi quem moderou a conversa e começou por desafiar Helena Pires a registar o muito que mudou no futebol nos últimos 25 anos, o tempo de experiência da dirigente na modalidade que vive, hoje, uma nova era. "O futebol está bem entregue", assegurou.

“São 25 anos de futebol de facto fazem-me olhar para trás e perceber onde é que nós estamos agora. A evolução do futebol tem sido gigante, mas não olho para trás, olho para a frente. Acho que temos muito ainda para fazer, mas houve um grande desenvolvimento em todas as áreas, a todos os níveis, daquilo que era o futebol, aquele que eu conheci melhor, o futebol profissional, pois agora estou na outra realidade. Mas, tem havido uma grande evolução ao nível dos dirigentes, jogadores, treinadores e dos vários agentes desportivos e, portanto, acho que estamos no caminho certo”, afirmou, e reconheceu ter sentido uma "mudança grande” quando chegou do Ministério dos Negócios Estrangeiros para a Liga Portugal, em 2000.

“Foi um desafio grande, mas ao mesmo tempo muito interessante, porque a diplomacia foi-me muito útil, quando entrei neste mundo do futebol e continua a ser, se calhar, cada vez mais. Foi o facto de ter vindo de um meio completamente diferente que também me deu as bases chegar onde hoje me encontro”, vincou Helena Pires, confessando gostar “muito de futebol, sobretudo, da vertente do planeamento e da organização”.

Questionada sobre as diferenças que sentiu a agora Secretária-Geral da FPF, na mudança desde a Liga Portugal, onde foi CEO e, na última etapa antes da mudança para a Cidade do Futebol, presidente interina referiu que "o que muda muito é a instituição": "Passamos do futebol profissional, que tem um propósito ligeiramente diferente, um mediatismo muito mais acentuado, em que o dia-a-dia é muito gerido nessa base e da pressão permanente, para um meio diferente, onde temos o futebol não profissional, com as nossas Associações, a quem agradeço o facto de estarem aqui. Temos uma outra vertente completamente diferente, que é a do futebol, pois temos as equipas. Temos muitas seleções, muita atividade, e o nosso dia-a-dia é bastante desafiante.” O ritmo permanece muito exigente, admitiu: “O meu telefone está sempre ligado e trabalho sete dias por semana, 24 horas por dia, quem me conhece, sabe que sou assim. Não há outra forma de estar, tem de se gostar muito disto e eu gosto muito e com muita paixão por aquilo que faço, que é o mais importante".

A dimensão deste novo desafio está patente no Portugal Football Summit, resumiu: "Encontrámos uma estrutura altamente profissional, recursos humanos muito competentes e que nos permitiram também estarmos aqui neste summit, com esta tranquilidade e com este nível que penso que reconhecerão. Muita coisa foi mudando, obviamente, pois cada direção traz o seu cunho e o Presidente da FPF já o disse mais do que uma vez: nós viemos para ganhar. Temos um grande trabalho pela frente, um grande desafio, mas temos muita ambição e vamos fazer acontecer.”

A relação com o futebol profissional persiste, num âmbito de cooperação alargado a todos os sócios federativos: "A Federação tem o seu escopo de atuação, que nos é dado pela legislação que temos em vigor e pelos seus estatutos. O futebol profissional tem a sua dinâmica própria, a sua organização e regulamentação e a FPF está disponível para apoiar aquilo que for necessário no âmbito do futebol profissional, como está também para apoiar as Associações Distritais e Regionais, as Associações de Classe, é essa a nossa obrigação. A FPF tem de ser uma entidade aberta, ponto final.”

A Secretária-Geral da FPF abordou ainda a questão das infraestruturas para a prática do futebol com soluções em marcha: “A FPF tem um programa implementado, o 2030 e que permite que os clubes possam, através das próprias associações, ter fundos que lhes permitam fazer implementações e melhorias nas infraestruturas. Temos vindo até a alargar o prazo, para permitir que essas melhorias venham a acontecer. Aquilo que ambicionamos, até porque temos um leque de Seleções que precisam também de boas infraestruturas desportivas para realizar os jogos. Estamos a fazer o nosso caminho, em conjunto com os nossos parceiros, com as associações, para garantir que, daquilo que é a nossa competência e também a competência deles, tudo siga no caminho certo.”

“O futebol tem um grande papel social", sublinhou Helena Pires: "A FPF lançou também agora o projeto da Fundação FPF, pois o futebol tem esta missão, este caráter social. Nestes últimos sete meses, ganhámos quatro títulos e aquilo que nós vemos é a ligação que as pessoas têm ao desporto. O futebol tem também esta obrigação de olhar para o outro, de unir, de quebrar barreiras, de criar laços, interligações. Nós temos a felicidade de ter seleções que nos têm dado muitas alegrias e sentimos toda esta conexão que se vai criando. Agora fazemos muito, mas acho que ainda podemos fazer mais e a Fundação FPF vai ajudar muito a criar estes laços e estas conexões, porque também é a nossa obrigação”.

Helena Pires abordou ainda a "grande evolução" do futebol quanto ao género feminino, dentro e fora do relvado. "Cada vez mais se vai sentir esta inclusão", referiu, certa de que a mudança ultrapassa a questão de género. “Para mim, tem sido um desafio gigante evoluir também durante estes últimos anos no futebol, criar esta carreira. Sinto que, cada vez mais, a diferença dos nossos dirigentes se vai sentindo apenas nos 90 minutos que decorrem dentro do campo; que somos muito mais parceiros deste negócio. Temos a obrigação e sente-se essa necessidade de todos trabalharmos em prol de um futebol-negócio, porque é disto que se trata. Temos um futuro muito brilhante pela frente. Aquilo que está a acontecer neste Portugal Football Summit é prova disso. Conseguimos trazer personalidades de todos os meios, de todos os sítios, das várias culturas, das várias áreas desportivas, e percebemos claramente que estamos em evolução, que estes fóruns nos ajudam também a criar laços e a falar daquilo que verdadeiramente é importante do negócio, e atrevo-me a dizer que vai correr bem. O futebol está bem entregue. Tenhamos nós a capacidade de continuar alimentar e gerir o futebol de forma assertiva, frontal, que vai correr tudo bem”, rematou Helena Pires.


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