Jorge Jesus: "O SL Benfica não jogava, voava"

Portugal Football Summit

Treinador do Al Nassr desvendou as virtudes invulgares de Cristiano Ronaldo e recordou a carreira

O segundo dia do Portugal Football Summit encerrou com Jorge Jesus a partilhar com uma sala cheia as impressões da mais recente aventura de uma carreira brilhante, no Al Nassr, onde a capacidade de Cristiano Ronaldo continua a surpreendê-lo. "Só conhecemos ao trabalhar com ele. Conhecemos como jogador, mas não temos conhecimento profundo", assegurou, e explicou: "Conhecemos o Cristiano como jogador, ouvimos falar muita coisa dele, mas não temos um conhecimento profundo. Só para perceberem um bocadinho, o Cristiano, com 40 anos, é o segundo jogador mais rápido da minha equipa, o terceiro com mais piques acima de 25km/hora. É uma coisa fora do normal, fisicamente. Como pessoa, além do futebol, é um homem muito inteligente, não é só saber jogar futebol, sabe muito além do futebol".

A vocação competitiva de Cristiano Ronaldo impressiona. "Ele só tem um objetivo, é um jogador que se conhece, conhece o corpo dele, e quando estamos a treinar algum exercício de mais intensidade, ele está no limite, e é um jogador que raramente de lesiona, porque sabe se controlar. Sabe controlar a vida dele fora do futebol", afirmou, rendido à dimensão do capitão da Seleção Nacional, a nível global. "Ninguém tem noção do que é este homem no mundo. Ele é a bandeira de Portugal".

Numa conversa em que abordou a forma como evoluiu enquanto treinador, desde a base até ao mais alto patamar competitivo, Jorge Jesus recordou o início da carreira. "Lembramos sempre o começo como jogador e treinador. Como treinador, começo numa história interessante. Era jogador, na III Divisão. Era o meu último ano. Estava a jogar contra o Amora e, quando acabou, o presidente do Amora, Mário Rui, que já faleceu, chamou-me e convidou-me, se queria ser treinador do Amora. Eu disse: 'Treinador? Estive a jogar, não sou treinador'. E ele disse: 'Mas eu vi e tu é que eras o treinador'. Deu-me dois ou três dias, eu liguei e aceitei, tinha 35, 36 anos", contou.

Jorge Jesus "sabia que queria ser treinador, só não sabia onde ia começar" a carreira de sucesso que faz dele uma referência em todo o mundo.

O momento crucial de afirmação foi quando chegou à Luz. "Em 2009/10", no "primeiro de seis anos consecutivos no SL Benfica", precisou: "Nesse primeiro ano o SL Benfica foi logo campeão. O SL Benfica não jogava, voava. Tinha uma equipa super e começaram a abrir-se portas para o estrangeiro. Nessa altura, nunca me passou pela cabeça que ia sair de Portugal, e agora já passei por outros países. Foi o Benfica que me abriu as portas para o mundo".


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