Empate com o campeão Lusitânia confirmou 3.º lugar dos lisboetas
O Belenenses empatou, na tarde deste sábado, 1-1 com o Lusitânia de Lourosa, no fecho desta edição da Liga 3 Placard. Este resultado permite à equipa do Restelo discutir com o Paços de Ferreira um lugar no play-off de promoção à Liga 2.
O Belenenses entrou hoje em campo com várias possibilidades em aberto, mas uma coisa era certa: só a vitória mantinha viva a esperança da subida. Por isso, a equipa entrou confiante e determinada, mesmo enfrentando o já campeão e promovido Lusitânia de Lourosa. O ambiente era, pois, de decisão — não tanto pela pressão, mas pela consciência clara do que estava em jogo. Os jogadores sabiam que cada lance podia pesar no desfecho de uma época marcada por altos e baixos, mas também por sinais claros de crescimento. O adversário, tranquilo pela conquista antecipada do título, não facilitava: o Lourosa queria fechar a campanha com dignidade, sem oferecer facilidades, mantendo a postura competitiva que o levou ao topo.

Dentro das quatro linhas, o Belenenses mostrou atitude. Com um bloco coeso, procurou assumir o jogo desde cedo, como assumiu, impondo ritmo forte, e procurou ferir pelos flancos. A bola circulou então com critério, mas com urgência. Era um jogo de nervos, mas também de crença. Nas bancadas, os adeptos, fiéis ao seu clube histórico, davam voz forte à esperança — essa que nunca desaparece de Belém, mesmo nos momentos mais difíceis.
O Belenenses quis, lutou e acreditou sempre, mostrando que, mesmo nas divisões inferiores, há clubes e histórias que jogam por muito mais do que três pontos — jogam por um futuro inteiro.
A tarefa ficou muito menos complicada quando Rodrigo, aos 20 minutos, marcou de penálti, castigando uma falta sobre Sambú. A partir daí, o foco intensificou-se, e a verdade é que a equipa nunca deixou de procurar o 2-0. A essa saudável atitude chama-se atrevimento — sobretudo perante um adversário que, como era de esperar, valorizou sempre o espectáculo, e que nunca deixou de procurar o empate.

O que é certo é que João Vasco, na melhor fase da sua equipa, fez o 1-1 aos 30 minutos, na sequência de um lançamento lateral, e após um bom trabalho de Miguel Pereira. O atual campeão da Liga 3 Placard puxou dos galões e, com uma atitude condizente com os seus pergaminhos, chegou ao empate, contribuindo para um espectáculo ainda mais digno. Registe-se, no entanto, que, ainda antes desta situação, Sambú teve uma forte hipótese de fazer o 2-0, valendo a defesa espectacular de Cioletti. Com o golo do empate, os visitantes cresceram na exibição, mantendo esse ascendente até ao intervalo.
À medida que os minutos passavam, os olhares também se voltavam para os outros campos. O resultado do Sporting B, o desempenho do Varzim… tudo contava, tudo mexia com o destino. Mas dentro de campo, o foco estava onde tinha de estar: em ganhar. Porque só vencendo se podia manter viva a porta da subida. A reentrada no jogo voltou a ser forte e, no espaço de um minuto (47’ e 48’), a equipa do Restelo dispôs de ótimas condições para desfazer o empate: primeiro por Diogo Leitão e, logo a seguir, com Rodrigo a disparar à barra. O adversário nunca se vergou — pelo contrário. Miguel Pereira (56’) decidiu mal, desperdiçando uma ótima oportunidade. O jogo atravessava, portanto, uma fase de maior competitividade e interesse, com o entusiasmo a sair reforçado.

Na última meia hora, com todas as possibilidades ainda em aberto, os dois treinadores mexeram significativamente nas suas equipas. E, embora sem criar verdadeiro perigo, o Belenenses mostrou-se sempre mais determinado e com muito mais vontade de chegar à vitória. Sambú, sempre muito participativo no ataque, criou mais um lance de perigo, mas o remate foi bloqueado por um defesa. Na resposta (80’), Grilo opôs-se bem a uma boa iniciativa de Diogo Pereira.
No fim, fica a sensação de que se tratou de um bom jogo, com muito mais iniciativa por parte do Belenenses, num desfecho que ainda lhe permite sonhar com a subida de divisão.

FICHA DO JOGO
CF OS BELENENSES 1-1 LUSITÂNIA LOUROSA
Resultado ao intervalo: 1-1
LIGA 3 - Fase de Subida
14.ª jornada | 17.05.2025
Estádio do Restelo, Lisboa
Árbitro: João Pinto
Árbitros assistentes: Emanuel Henriques e Ricardo Luz
Quarto árbitro: Rui Madeira
BELENENSES: David Grilo [cap], (Cap.), N. Tomás, Brasido, Rodrigo, Sambú (Camilo, 87’), Tavares (Cuca, 71’), H. Leitão (Ekanga, 62’), Diogo P. Morgado (Xavi, 86’), Evandro, Afonso P. (Romário Carvalho, 87’).
Suplentes: T. Neto, G. Maria, Varela, Triana.
Treinador: João Nuno
Disciplina: nada a registar
LUSITÂNIA: Guilherme Cioletti, Silvério [cap], Dylan, Jota, Doria (Henrique, 84’), Miguel Pereira, Arsénio (Sérgio Ribeiro, 65’), Valente, João Vasco (Avto, 65’), Mesquita (Diogo Castro, 65’), Miguel Teixeira (Diogo Pereira, 71’).
Suplentes: Tiago Neto,
Treinador: João Nuno
Disciplina: cartões amarelos para Arsénio (35’) e Henrique (90’+4’).
Golos: 1-0 (Rodrigo, 20’, de penalty), 1-1 (João Vasco, 30’).

HOMEM DO JOGO
SAMBÚ (BELENENSES)
Sambú foi o elemento mais ativo e desequilibrador no ataque, realizando uma exibição segura e consistente. Criou o lance que originou o penálti que colocou a sua equipa em vantagem (20’) e, pouco depois, esteve muito perto do 2-0, não fosse uma defesa espetacular de Cioletti. Foi, durante todo o jogo, um perigo constante. Uma exibição muito sólida, justificando a distinção sem qualquer reparo.
